quinta-feira, 4 de julho de 2013

Patrocínios Culturais: Intercâmbio de talentos



Parceria entre artistas plásticos da Noruega, Cuba e Brasil resulta na exposição O Cheiro Das Amêndoas Amargas, que começa hoje na Potrich Galeria de Arte Contemporânea em Goiânia

Resultado de intercâmbio cultural organizado pela produtora cultural goiana Malu da Cunha e a curadora cubana Dayalis Gonzáles que assina a curadoria e o catálogo da mostra, a exposição O Cheiro Das Amêndoas Amargas traz a Goiânia os artistas Herman Skretting (Noruega), os cubanos Kasay Herrera e Orlando Gutiérrez e os brasileiros Pitágoras Lopes e G. Fogaça. A abertura da exposição acontece hoje às 20h, na Potrich Galeria de Arte Contemporânea.


O projeto tem o patrocínio do grupo de rádio Jærradiogruppen e da Simonsbakken (empresas norueguesas) e tem o apoio do Conselho Nacional de Artes Plásticas de Cuba, da Embaixada da Noruega no Brasil, Embaixada de Cuba no Brasil e do Conselho Norueguês de Pesca.


Serão apresentadas 30 obras de variadas técnicas e tamanhos, entre pinturas, desenhos, gravuras e instalações.

Foco curatorial


O Cheiro Das Amêndoas Amargas reúne cinco artistas em uma homenagem ao homem latino-americano e universal, ao seu espírito real maravilhoso por natureza, à impressão profunda que deixa sua existência e ao amor.
Aparentemente são diversos os enfoques destes cinco criadores: em uns o homem é só silhueta que se extravia na selva arquitetônica ou presença a qual se faz alusão na paisagem urbana da grande cidade; em outros marca tecnológica, cicatrizes que evidenciam a armação elétrica, as redes de comunicação ou a passagem de um veículo sobre o asfalto. Para eles, o entorno se minimiza em vários traços que nos conduzem à existência humana, suas lutas para sobreviver. Para outros esta presença se multiplica, se distorce: a mancha humana sucumbe perante a iminência da multidão. É nos grandes conglomerados humanos onde contraditoriamente não encontramos o homem. Alguns tentam sobressair e invadir: fazer seu o entorno, dominá-lo, ou em última instância, evadi-lo e evadir-se. Reformular sua realidade através da fábula e da fantasia. Preencher o espaço de cor, de vida, de alegorias que lhe permitam continuar.

Em qualquer situação, como resultado final está o amor, esse sentimento que nos distingue e nos faz diferentes do resto das espécies, e repousa contido em todas nossas ações; não é coincidência que atribuam história e cronologia ao amor, expressado em termos filosóficos e teológicos, como uma capacidade de integrar em um mesmo universo e uma Nova Era, ao mundo ocidental conhecido posterior à época cristã.

Formal ou conceitualmente, todas as imagens da exposição se relacionam com um espírito febril, passional, expressionista e existencialista, inadaptado, demente, quase suicida, que nos comove e nos recorda o dramatismo lírico de "O amor nos tempos da cólera", não porque falam do amor carnal, físico, entre os homens e as mulheres, mas porque seus protagonistas indagam nessa força interior de busca eterna da verdade, de sua própria verdade, essa busca que não termina, salvo com a morte.

Assim, nesta mesma visão panorâmica, por exemplo, do céu, poderíamos ver nas obras apresentadas por G. Fogaça, Pitágoras, Kasay, Orlando Gutiérrez e Herman Skretting, a imagem de nossas urbes atuais, as Cartagenas de hoje, desabitadas por outras cóleras, devoradas por outras pragas, vítimas de outras guerras, invadidas por outros inimigos, as ruínas de seus palácios emergindo entre outras sombras, séculos depois.


Artistas

uG. Fogaça costuma pintar cidades de azul, noturnas e fugazes, aceleradas pelo trânsito e pelo reflexo dos anúncios eletrônicos, seus planos cinematográficos, de ângulos e traços gestualmente expressionistas nos perturbam; porém agora preferiu aproximar o objetivo para captar esse fragmento da cotidianidade que nem sempre vemos por mais evidente que seja, e o faz a partir do absurdo e da ironia, através de personagens que sofrem mutações grotescas, como se naquela cidade azul, representada em um fundo quase abstrato, os homens e mulheres mutantes estivessem em festa.

uPitágoras Lopes: os seres sobrenaturais, inadaptados, que saltam das histórias em quadrinhos para a estética pop sem nenhum preconceito, e se misturam em um universo novo de desenfreado badpainting, grafite, apropriação e collage; nestes cenários, homens e mecanismos se confundem, a natureza e a vida se convertem em uma obra verdadeiramente caótica e apocalíptica.

uKasay: desenha grandes painéis, grandes multidões que parecem pousar para uma fotografia congelada no tempo, real e ao mesmo tempo inexistente, além da imagem em si; com um domínio das cores, que evidencia depois sobre cada figura, tenta aprofundar-se nas fronteiras entre humanidade e humanismo.

uOrlando e Herman: se preocupam com os detalhes, os postes elétricos, as redes telefônicas, os rastros dos automóveis, os velhos edifícios havaneses lhes servem de pretexto, combinando técnicas de gravura, de pintura e desenho tradicional com o projeto, as técnicas digitais e os novos suportes superpõem suas obras individuais em um trabalho a quatro mãos e faz revoar borboletas multicores e translúcidas, quiçá aquelas que sentimos falta na cidade verdadeira: azul, luminosa, desenfreada, congelada, superpovoada, tecnológica e global, de nossos dias.

fonte: http://arquivo.dm.com.br/

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